Inicie uma jornada de transição

Inicie uma jornada de transição. Vamos repensar a forma de fazer moda?

Vamos repensar a forma de fazer moda?

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Economia circular, matérias-primas ecológicas, marketing de causa e transparência foram algumas das principais tendências para os negócios de moda em 2019, conforme o Modeficaplataforma transdisciplinar com foco em sustentabilidade e futuro. Além dos relatórios globais, as tragédias ambientais que temos vivenciado — em um planeta com recursos cada vez mais escassos — também indicam que, em 2020, mudanças na forma de produzir e de comunicar devem se tornar ainda mais necessárias. De que maneira, então, os negócios de moda podem iniciar essa jornada de transição para um modelo mais sustentável?

As gestoras da CORA — consultoria para sustentabilidade e ética em negócios de moda criada no Rio Grande do Sul –, Laura Madalosso e Raquel Chamis, apontam alguns caminhos. Trabalhando de forma integrada com produto, marca, cultura e gestão, a dupla tem como metodologia o design estratégico. Em seu primeiro ano de atuação, a CORA realizou projetos no RS e em São Paulo, com marcas representativas da transição para uma economia circular (ou seja, que atuam de forma diferente do modelo industrial tradicional, baseado na lógica linear de produção-consumo-descarte).

Temos conseguido bons resultados junto a empreendimentos que preveem a geração de impacto positivo na sociedade. Trabalhamos, por exemplo, processos produtivos menos nocivos ao meio ambiente e novas relações de trabalho, especialmente para as mulheres. Entram em cena outros indicadores de sucesso

____Raquel Chamis

Raquel é especialista em Design de Moda pela Unisinos e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Laura, que é especialista em Design de Moda pela Unisinos, foi sócia-acionista da marca de calçados veganos e ecológicos Insecta Shoes. Ela ressalta que olhar para a sustentabilidade de maneira estratégica traz outros ganhos aos negócios:

Podemos mensurar a melhoria da imagem e reputação da marca, uma prevenção de possíveis crises, entre tantas outras questões. Para 2020, seguimos com a aposta de mobilizar projetos que gerem impacto positivo na sociedade e contribuam com a consolidação de uma nova economia, mais circular e menos consumista

____Laura Madalosso
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Referência em upcycling, a Comas também foi cliente da CORA em 2019 (foto: divulgação)

Empresas que querem tomar consciência de seus impactos, que precisam readequar processos (de produção, comunicação ou gestão) e negócios sociais são os perfis que têm buscado a CORA.

E não são apenas empresas do universo da moda. A quase centenária Mercur, indústria de Santa Cruz do Sul/RS, contou com a expertise de Laura e Raquel para criar uma estratégia de lançamento e comercialização do seu primeiro produto 100% renovável, uma bolsa térmica natural feita com caroço de açaí Juçara e algodão agroecológico da Justa Trama.

Outros clientes do primeiro ano da empresa também são bastante representativos das mudanças pelas quais têm passado o mercado brasileiro: Comas (que produz roupas a partir de roupas que já existem, usando a técnica de upcycling), Herself (marca gaúcha de calcinhas e biquínis menstruais feita por um time de mulheres, que une produção a ações educativas), Banco de Tecido (que, há cinco anos, colocou em prática um sistema de reuso para sobras de tecidos) e Caon Lingerie (que criou um sistema de logística reversa que tira calcinhas e sutiãs do lixo comum para dar às peças nova vida).

Entre os serviços oferecidos pela CORA estão desenvolvimento de estratégia para negócios de moda, planejamento e comunicação para sustentabilidade, mentorias para empreendedoras, assessoria e relacionamento com imprensa, workshops, relatórios de tendência e metodologia para desenvolvimento de coleções com baixo impacto.

Agradecimento especial à jornalista Fernanda Dreier, que assina esse texto

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